17 agosto 2005

dias e notas na Bulgária, parte I

- Cheguei a Sofia. Até os autocarros aqui têm escapes "Remus" - é das primeiras coisas que noto. O espírito do "chuning" também se encontra na condução, venho a descobrir. Logo na primeira noite sou acordado várias vezes por chiar de pneus, picanços, corridas, buzinas e berros vindos de automobilistas (especialmente na hora de ponta matutina seguinte). Uns minutos de tronco nu gastos da varanda a acordar, de manhãzinha, permitem chegar à conclusão de que se guia muito mal em Sofia. Como se fosse uma inevitabilidade humana em todo o mundo, os fogareiros (táxis, para os leigos) lideram esta tendência cívico-cultural.


- Não levei relógio - de propósito. O tempo passa de maneira diferente quando não se tem relógio.


- Deixámos Sofia. Estivémos uns dias em Varna onde dormimos em casa de um amigo do meu amigo Rui, "Plamen" assim se dizia. Não sei como se escreve. É um investigador da polícia no tráfico de armas vestido de camisa havaiana aberta e que, na condução, desvia-se dos autocarros como se estivesse a tentar despistar um qualquer Mercedes dos mafiosos locais. Troca de carro algumas vezes por ano para dificultar o descobrimento da sua morada e atentados à sua vida. O prédio dele e apartamento parecem saídos de uma metamorfose desde o cinema soviético até Lynch.


até já :)